domingo, abril 15

Sem solução


E se eu quiser desistir? Sim. E se, num segundo de loucura ou pura clareza, eu decidisse desistir. Não de mim. Mas dos outros. Da segurança. Deixar de ser razoável. De pensar no futuro.

Seria assim tão mau? Tão grave? Parar de pensar e de desesperar de dia para dia...e simplesmente, desistir. Viver a minha vida. Não a dos outros. Sofrer as consequências dos meus actos. Não dos outros. Depender apenas de mim.
Esta surge como sendo a única saída possível de um ciclo vicioso de anos e anos...que promete caminhar por um caminho cada vez mais obscuro. Estou presa a decisões alheias, a egoísmos extremos. Obrigada a viver uma vida que não escolhi...apenas à espera que tudo mude.

Mas e se eu desistisse? Ignoraria todos os planos, todas as precauções. Partiria à procura de mim mesma. Da minha vida e da minha felicidade. Talvez da minha tristeza e das minhas frustrações. Mas seriam minhas.

E se...e se...e se...

Não passa disso. 

Porque não consigo. Porque não quero. Porque desistir agora deixar-me-ia numa posição irremediável.

O único problema?

Ao não fazer nada, desisto todos os dias. Desisto de mim. Do que acredito. Do que penso. Ao viver num sufoco constante, numa concha, num mundo onde não pertenço...anulo-me.

Solução?

Continuo à procura. Todos os dias. E não a encontro.

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