sexta-feira, junho 14

A palavra proibida

Soa foleiro. Parece cliché. Tirado de algum conto de fadas enganoso, que uma qualquer voz cansada nos leu numa noite distante, depois de um longo dia de trabalho.

Provoca risos nervosos. Constrangimento. Piadas forçadas. Motiva desconfianças. Traz consigo memórias penosas.
E está sempre lá. Onde deve estar. A trazer algum sentido a esta vida amaldiçoada. À existência humana que é finita, mortal, inevitável. Que é tão triste e tão bela na sua essência idiota.

Está em mim. Em ti. Nele. Está em nós. É o verbo mais difícil de conjugar. A palavra mais complicada de usar - está mesmo ali, encostadinha ao "desculpa".

O verbo é o "amar". A palavra...o amor. Custa. E na nossa língua que é tão dura, tão crua, tão real. Custa mais.

Mas está lá. O constrangimento? Existe, porque todos nós o sentimos. O amor. Eventualmente. Por tanta gente. Por tantos seres, sítios e momentos.

Para mim...o amor tem nome. Tem nome de gente. Tem nome de homem. Tem nome de animal, de terra e de irmão. É plural. É infinito. Nem com a vida se finda.

Há o amor e há o amor. São diferentes. Sempre grandes.

O amor romântico? Inspira canções, expira perfume. Mexe. Muda. Abana. Agita
...

E depois acalma. Ajuda. Ampara. AMA.

Há sempre uma nota a mais que quero ouvir. Há sempre um pedaço novo a descobrir. É assim. Infinito. O amor.
 
"Still a little bit of your face I haven't kissed
(...)
There's still a little bit of your words I long to hear"